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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Banco de jardim


Banco de jardim

Olhava as árvores, sentado num bando de jardim
O verde luxuoso, era da cor de meus olhos
O dia estava quente, o sol brilhava
e por entre as folhas eu espreitava
Um piscar de olhos que me deslombrava.

O pardal saltitava na relva molhada
O chuveiro da mangueirada, reluzia quando caía
No chão molhado de terra batida
Uma pedra aqui e outra ali, chamavam à atenção
Era ali a sua morada.

O chilrear dos pássaros, eram música
Que no ouvido batia e que melodia!
Para mim era a música dos raios
e do sol daquele dia.

As folhas caídas no chão, tinham voado
Tinham deixado a sua mãe
Mexiam-se ao de leve, na dança do vento
Brisa suave que passava e eu aproveitava
Para fechar os olhos e sentir
Parecia um sussurro de alguém que me falava
para eu sorrir.

As goticulas da água, brilhavam no ar
e quando caíam, escondiam-se no chão
Atrás da relva
E o meu coração batia de contente.

As flores dos canteiros estavam abertas
Quantas cores as enfeitavam, largavam o polen
Caía a semente, eram tão espertas
Numa coroa de margarida, poisava uma abelhinha
Coitadinha, ali procurava oiro fino
Zumbia de feliz, parecia dizer-me olá
Passando rente ao nariz.

O banco onde me sentei, era velho
E eu pensei, quantas pessoas como eu
Ali estiveram a contemplar a beleza do jardim
Quantas já morreram de contentes,
por ali terem estado
Num banco de jardim por mim ocupado.

Sem medo que o tempo passe
Abri os olhos e o sol novamente me piscou
Atrás das folhas, me ensinou a sorrir
para a vida que passa, mas ali não passou
No banco que me fez colorir


José Alberto Sá

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