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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Inerte


Inerte


Sou a pedra cega

Sou um segundo da minha eternidade

Sou a voz que nega

Sem choro e sem verdade

Sou a solidão no rosto talhada

Sou mendigo do meu amor

Sou a paixão desfigurada

Sou pedra cega, pedra sem dor

Sou eu… Por ti

A sombra da minha figura

Sou pedra fria, que jaz aqui

Sou a cortina caída, a noite escura

Sou o sino que badala

O toque que me arrepia

Sou eu… O turista sem mala

O medo da noite, se o gato mia

Selvagem e impetuosa

Ausência do teu sorriso

Sou pedra cega, querendo ser rosa

Sou jardim destruído em meu juízo

Preciso ser pedra, mas preciosa

Tirar da inércia o negro encanto

Abrir-me como se abre a rosa

E pedir à voz que me nega

Que me cubra com o seu manto

Sou pedra cega…

Por enquanto


José Alberto Sá

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