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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Fechado


Fechado

Soalho rompido
Pelos passos repetitivos, querendo amor
Para trás e para a frente
Rasgar de pele no abrasivo
Pés descalços… Uma urticante dor 
Crente… Mente… Somente
Sou o caminho feito no corredor
Sou as paredes frias, que me arrefecem
Sou um pedaço de jardim sem flor
Sou o poeta que todos conhecem
Hoje sou a companhia das teias de aranha
Não tenho tempo
Não tenho manha
Quero-me sujo
Longe do dia e da noite não fujo
Quero-me só
Longe do vento
Moinhos sem mó
Sou o soalho por onde passo
Sou o vulto assustador das paredes brancas
Só penso em ti
Somente lembro teu abraço
Sou o ser fechado com sete trancas
Tu… Ocupas todo o meu espaço
Tu… Ocupas todo o meu pensamento
Por isso sou o soalho rasgado
Para trás e para a frente
Num corredor apertado
Sozinho para ti… Querendo ser gente
Salva-me amor deste caminho
Espero pelo teu sorriso
Diz-me amor meu, qual o teu cheirinho
Que me levará até ti…
Eu de ti preciso
Meu soalho não aguenta
A terra, o cimento, o alcatrão
Se mostram através do soalho
Salva-me desta urticante pimenta
Deste alçapão
E leva-me por outro atalho
Mas leva-me… O sol e a lua estão lá fora
O céu e as estrelas brilham pela vontade
Leva-me contigo amor… Leva-me embora
A chuva, tu e eu… Liberdade

José Alberto Sá

1 comentário:

  1. belo....como sera bom se por instantes ou em breves momentos nos pudessemos desligar do mundo...viajar em liberdade..amei

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