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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Espero-te


Espero-te

As cartas chegam à escura caixa do correio
Não as deixo perdidas
Devoro-as assim que chego, quero sentir
E ao abrir…
Não sinto teu cheiro
Queria devorar palavras sentidas
Em cartas perdidas que nunca recebi
Vou todos os dias ao correio espreitar
Folhetos de compras
Contas para pagar
Mas tu… Nunca me escreves
Deixaste de me falar
Deixaste a nossa amizade
Não me queres aceitar
Mas não desisto de te esperar
Na caixa preta da minha castidade
O frio ou o calor
A chuva, o sol ou as estrelas
Que me importa o tempo
Se não recebo o teu amor
Não desisto, as tuas palavras me fazem falta
Espero-as na passagem aromática do vento
Aceita…
Escreve…
Fala…
A tua indiferença, o teu silêncio, o teu sossego
É a carta que me rejeita
A saudade de quem já te teve
Numa voz que em mim não cala
Espero-te, nem que seja a última vontade
Espero-te na caixa do correio
Espero-te no meu mural em liberdade
És a luz em tudo que escreves
És o meu meio
A mim… Nada me deves

José Alberto Sá

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