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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

No bosque

No bosque

Era no castanho da terra,
que eu via o que não negava
O desejo que via e me incendiava a guerra
Por ali… O bosque se humedecia,
na cuspe como no orvalho lacrimejado
E eu amava… Amava…
Amava pelo espelho de água que me sorria
Submergias… Fresca e brilhante
Desse lago de cristal… por mim adorado

Era no verde dos muros,
que eu via o que não levava
A ti… O bosque chamava pelo meu olhar
Sem palavras, sem gestos… Sem sussurros
Eu amava… Amava…
Amava pelo ruído do cascalho, no teu caminhar
A carne… Essa carne! É o sonho… Miragem
A realidade que desejo e que me chamou
A esta viagem
Este espreitar… De um louco que sou

Era no branco da nudez,
que eu via o que não tenho
A ti… O bosque se misturava na tua tez
Eu imaginava a colina entre os dedos,
é ao que venho
Eu amava… Amava…
Amava o bosque e a sua divindade
Sentia-te como quem olha um pavão real
Pedi que soltasses o néctar da tua alegria
E tudo foi simplesmente surreal
Ficamos na terra, no verde, no branco
Deitados naquele manto
Num bosque de fantasia


José Alberto Sá

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