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domingo, 8 de junho de 2014

Preciso de ti

Preciso de ti

Gritei por instantes um desabafo, um sentimento que deambula pelo labirinto da razão, a razão são as luzes opacas de um olhar distante.
O labirinto de chamas que queimam o interior do meu corpo, que ali gritou… Num som bloqueado pela vontade de ti.
Gritei de punhal em punho, cortei as amarras do involucro… Gritei palavras acesas para que iluminassem as folhas brancas que rabiscava… Gritei…
Olhava o punhal a meu lado, ele escondia o arrepio, escondia a voz, escondia o olhar, o pensamento… A razão…
Escrevi…
Soletrei cada sílaba que ia escrevendo, cada letra que salpicava sobre as linhas, eram doces, belas… Virgens…
No meu grito soltei teu nome… Teu nome… Gritei antes de ser expulso, sabia da tua vontade… Abrandei o punhal… Coloquei-o sobre a almofada do meu coração, deixei que o gume brilhasse no meu vermelho… Vermelho é o meu grito…
Tirei a roupa como quem escama um peixe… Quis sentir o frio, o indivisível de ti… Abrandei as lágrimas e imaginei-me em gritos sem eco… Tu… Tu não vinhas…
Abrandei o impulso pelas entranhas… Queria-te… Queria-te no meu grito…
Gritei para não mais esquecer o som… O som sem morte e sem vida, somente o teu nome… O teu nome…
O teu nome… O teu nome… Que gritei…


José Alberto Sá

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