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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Uma parte de ti

Uma parte de ti

Não sei porque ainda te olho… Pedra
Longe te imagino em palácios de renda… Onde a nudez é a tua pele branca… Pura e única… Pedra do mar que um dia encontrei…

Não sei…
Porque ainda te olho… Sendo tu… Pedra
Talvez seja esse o motivo… Nua… Despida de trajes sedutores…
Despida de voz… De maldade…

Quando te peguei senti-te erótica… Pedra redonda de fenda arrojada
… Mas pedra

Tuas ranhuras me fazem erguer a mitologia… O acreditar que farias parte de uma deusa de mármore, que um dia perdeu no meu mar, a sua virgindade
Se verdade? Não sei… Sei somente que te tenho em meu abrigo… Pedra

O pretexto de te ter ainda…  É fantasia do meu livre pensar… Imaginar que ainda me chamas, através da tua dama… Talvez Vénus… Talvez uma dama perdida por aí

Olho-te e sinto-te completa… Pura pedra… Como pura é a dureza de ti…
Não sei porque ainda te olho…

Longe te imagino bela… Pedra de um erotismo simples, mas fatal…
Porque ainda te tenho… E não sei porque te olho…
Menina fria e distante… De mil segredos… Mas sensual

José Alberto Sá

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