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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Inquietude do sol

Inquietude do sol

Lá fora o tempo passa, cá dentro o tempo ultrapassa o que se passa por aí…
Penso somente… Enroscado, nu na pedra fria do meu chão.
Fecho os olhos e vejo o tempo lá fora! O escuro, humidade, frio, pouca claridade… Somente o chão da minha casa… Que me lembra a solidão.
Cá dentro foi-se o brio… Lá fora, o tempo não me abre os olhos para que veja a luz, que faz tempo não vem…
Estou só… Muito só, estou triste cá dentro… Lá fora a chuva é indiferente… Menos o meu chão, neste corpo cru.
Penso somente… Sentado, nu… Neste chão sem amor… Tu.
Até tu és tempo que passa… Que passou… Que passará…
Lá fora a chuva é companhia, se de olhos fechados o meu pensamento é noite… É dia… Porque penso… Penso alto, muito alto… Muito acima do meu chão.
Porque até tu és tempo que passa…
Cá dentro, eu penso que a chuva é tempo, de um tempo que lá fora me faz lembrar.
Que cá dentro o tempo passa, tão rápido, tão devagar…
Que nem dou pelo corpo despido… Cru e nu, a pensar num tempo, onde o pensamento… És tu. Que passou, que passa e que passará.
Abro os olhos e o sol se inquieta… Lá fora a chuva é voz que liberta… Cá dentro no meu pensamento, a porta é luz e se mantém aberta…


José Alberto Sá

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