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quinta-feira, 12 de março de 2015

Dedos e unha

Dedos e unha

Ferve-me o sentir… Eu amo sentir…
E a lua é companhia… As estrelas são testemunha… Dos beijos, dedos e unha.
Trago no fervente o teu amor, como quem traz o sol que aquece o planeta…
Faço-me ferver pela entranha… Meta ou não meta… Sempre me sinto ferver pela mesma artéria.
Ferve-me…
Ferve-me o sentir, esta experiência poética… Vontade frenética e pedra preciosa do membro que escreve!
Palavras que são o aprimorado que desliza pelo sentir… Eu amo sentir…
Ferve-me os sentidos, a coluna se ergue e me leva ao conhecimento de um futuro que me asfixia! Poesia sensual…
Ferve-me… Sempre igual!
Ferve-me pela goela a sensação da saliva, escorre-me pelos seios deste meu peito uma vontade fetal, sair por onde a posição se muda… Porque me ferve o sentir…
A mente é só a minha alma… Contigo sou o mar que ferve… A espuma é o olhar que não me deixa mentir… Ferve-me o sentir…
É esta hormona que me eriça o pêlo, ferve comigo e contigo no sonho… Ferve-me e desejo, ferve-me e ponho… Tiro… Ponho… Tiro… Ponho…
Ferve-me o sentir quando fugitivo… E se preso, me agarro às algemas que farão abrir a terra, a entranha, por onde a chave penetrará e me deixará sentir…
Serei o sentir se me ferve a vontade… Cai o dia, cai a noite e sinto… Sinto onde te pões e onde te punha… Ferve-me a cada segundo o mundo que desejo, um beijo, dedos e unha.


José Alberto Sá

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