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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O último dia, gravado em mim

O último dia, gravado em mim

A última chuva molhou o meu rosto
E de cara molhada escondi uma lágrima
Que ainda hoje escorre no mesmo chão
O último dia, o dia eterno deste meu corpo
Onde o teu beijo me deixou tatuada
Com a saudade de te ter de novo de coração
Hoje amo a chuva caída na terra molhada
E na lama me vejo, sem ti e apaixonada

O mar, esse nosso parceiro de tantos dias
Amamos em ondas tocadas por ti
Um amor sufocante, que na pele tu sentias
Como ondas do meu corpo, na vaga onde gemi
Hoje trago no peito uma certeza
De lembranças que ficaram em mim
Como certo é o amor do céu pela natureza
Como certo é ser eu uma flor e tu um jardim

Se eu pudesse seria em ti de novo um regaço
E ao fazer amor contigo, jamais seria a pecadora
Seria na lembrança, uma noite de cinema no terraço
Ou um romance perfeito ao olhos de Nossa Senhora
Hoje não tenho razão para sorrir
Fica a luta a cada noite na solidão
Beijar-te e amar-te só, numa louca união
E de novo sentir a terra e o céu a se unir

As lágrimas combinam com esta dor
Mas eu tenho comigo outra combinação
Fazer amor contigo à chuva e eternizar a recordação
De quando me rasgaste o ventre e loucos fizemos amor
Ainda sinto as tuas mãos em meu corpo a deslizar
É esse sol que sai de ti e me lembra o verão
O calor de te ter um dia e eternamente te amar
Para seremos, um céu, um mundo, o mesmo chão

José Alberto Sá

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