Número total de visualizações de páginas

domingo, 14 de maio de 2017

Trocam-se amigos!

Trocam-se amigos!

Não são os amigos! Nem o cigarro
Nem a sirene ao fundo da estrada
São os gritos por amigos!
De um quase morto,
pelas cordas bocais da imensa dor, sentidas como catarro!
São gemidos tais,
que o som na encruzilhada,
é ser vivo, é ser vinho, ser amigo e na mesa posto!
Num posto sem carinho e sem nada!

Não é o roncar do motor
Nem os amigos que se esqueceram,
nem os travões sem calços
São meros latidos de um mundo baldio!
Pelas manhãs sem amigos,
pelas tardes sem amor
São grunhidos e percalços
É o sangue por amigos!
É a vontade de um eu, em todos derramado!
Nas manadas de foragidos!

Não é o respirar sem garganta
Nem os amigos com vaidade,
nem o ventre que gritou para nascer
São caminhos de agora, com amigos,
sem amigos! Sem futuro!
São vozes nas cinzas e a tarde é tanta!
Que a noite são lágrimas escorridas a sofrer
Pelos amigos que a sorrir!
Me vêm escrever atrás de um muro!

E eu pergunto aos amigos: Porque vos alterais?
Se para mim a alteração, não é mais que estar perdido!
Em mais que um coração! Em mais que um pedido!
Não é pelo rio que corre, nem pelo mar que recebe!
É pela mão de um pobre, que vos ama e persegue!

José Alberto Sá

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.